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Escolha Correta de Equipamentos - Carregadeira de Rodas

  • Foto do escritor: Luciano Lima
    Luciano Lima
  • 26 de jan. de 2021
  • 4 min de leitura

Neste artigo vamos abordar alguns pontos de atenção na escolha de carregadeiras de rodas.


Durante a especificação técnica e escolha dos equipamentos ofertados, é necessário verificar alguns pontos de atenção, a fim de evitar problemas operacionais ao longo da vida útil dos equipamentos.


Vou utilizar dados disponíveis nos sites de alguns fabricantes para demonstrar esta importante etapa de especificação técnica, que também tem impacto no dimensionamento de frotas (artigos já publicados no Blog).


Vamos estudar uma carregadeira de 900 HP de potência e peso operacional de 100 toneladas. Esta carregadeira é normalmente o "Match" ideal para caminhões de 70 a 100 toneladas de "Payload" (leia os artigos de dimensionamento de frotas onde existem informações sobre "Match")



A figura acima mostra dois pontos de atenção importantes na escolha da carregadeira de rodas.


A primeira medida se refere a altura livre de descarga com a caçamba articulada. Na prática, significa que o operador não vai precisar levantar a caçamba quando terminar o carregamento e iniciar a manobra de ré.


Pode parecer um ponto simples, mas a necessidade de recolher a caçamba para iniciar a manobra de ré poder significar a perda de alguns segundos em cada ciclo de carga. Considerando operações 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante todo o ano, as perdas podem ser significativas.


Caso exista interferência, também é possível que durante a operação ocorram contatos indesejáveis entre a caçamba da carregadeira e a báscula do caminhão, causando danos a ambos e consequente paradas de manutenção corretiva.


O segundo ponto refere-se a altura livre até o pino de articulação. Caso esta dimensão não seja observada e exista interferência com a báscula do caminhão, nem o mais habilidoso dos operadores conseguirá carregar o caminhão.



Esta segunda figura esquemática mostra o alcance (Reach). Esta medida é também muito importante para a produtividade da frota. Caso a carregadeira não consiga se aproximar do centro da báscula do caminhão, existe a possibilidade de que os carregamentos resultem em carga descentralizada.


Cargas descentralizadas podem representar perda de produtividade da frota de transporte, desgaste acentuado de regiões da báscula, desgaste acentuado de pneus e até acidentes.


Abaixo as figuras com informações de dois diferentes fabricantes:

Com exemplo, vamos considerar que ambas as carregadeiras estão sendo adquiridas para carregar apenas um modelo de caminhão fora de estrada. Abaixo as dimensões básicas do caminhão:


Na figura acima (caminhão de 100 tons de capacidade), podemos ver que o alcance da carregadeira deve ser no mínimo de 2.240 mm. Observe que uma das carregadeiras possuí cerca de um metro a menos de alcance.


Operacionalmente é possível que a centralização de carga não seja afetada, mas este é um ponto de atenção que precisará ser incluído no treinamento dos operadores.


Com relação a altura de despejo, o caminhão configurado com esta báscula padrão exige uma altura livre de despejo de 4.295 mm. Ambas carregadeiras atendem com folga esta especificação.


Entretanto, atenção especial para a báscula a ser aplicada. No dimensionamento de frotas sempre buscamos otimizar a capacidade de carga (Payload) do equipamento de carga e do caminhão. Neste ponto, é possível que seja adotado uma configuração de báscula diferente e específica para o material a ser lavrado. Dessa forma, a verificação de dimensões precisará ser realizada novamente para o novo projeto.


Carga estática de Tombamento com carregadeira articulada - Este é um ponto de muita atenção, uma vez que refere-se a carga que a carregadeira consegue elevar antes que atinja seu ponto de equilíbrio.







Com base nas referências informadas no final do artigo, baixamos na internet a especificação técnica de carregadeiras de dois fabricantes. O intuito não é mostrar a diferença entre os equipamento, mas a importância da informação.


Conforme informado acima, a carga estática de tombamento significa o ponto de equilíbrio da carregadeira com a caçamba levantada e totalmente articulada (pior condição).


Um conceito prático no dimensionamento e escolha de carregadeiras é dimensionar a máquina para 40 a 50% desta carga estática, pois a operação na prática o carregamento ocorre com a máquina em movimento e não existe especificação para simular a capacidade de carga e equilíbrio do equipamento em movimento. Neste ponto é importante consultar o representante / dealer para obter o dimensionamento correto da capacidade de carga do equipamento.



Exemplo: Caso a mina ou obra vá operar com minério de ferro com uma densidade de 3,0 tons / m3, então a capacidade volumétrica da carregadeira poderá ser no máximo de 9,2 m3 (caso 1 - 55.343 kg*50%/3.000) e de 10,6 m3 (Caso II - 63.610 kg - 55.343 kg*50%/3.000)


Importante consultar o representante em ambos os casos, pois esta regra de 50% não vale para todos os equipamentos e a carga estática de tombamento considera o equipamento com tanque cheio, com determinada especificação de pneus, caçamba, etc. Diferentes configurações e regras de payload podem ser aplicadas e somente o fabricante / dealer terá todas as respostas para ajudar num correto dimensionamento do equipamento, inclusive informando as caçambas disponíveis.


O intuito deste artigo foi trazer alguns pontos de atenção necessários para o dimensionamento de frotas e correta escolha das carregadeiras.


É claro que existem diversos outros fatores que precisam ser avaliados, como força de desagregação, necessidade de área de manobra, etc.


Entretanto, as carregadeiras de rodas são muito importantes para possibilitar uma maior flexibilidade a operação (deslocamento rápido e de baixo custo para a frente de trabalho).


O correto dimensionamento e escolha da carregadeira são de grande importância para o estudo da frota e posterior operação.


Referências:






 
 
 

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