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Dimensionamento de Frota - Custos de Propriedade e Operação

  • Foto do escritor: Luciano Lima
    Luciano Lima
  • 19 de jan. de 2021
  • 5 min de leitura

Neste artigo vamos abordar um breve resumo de análise de custos que é necessário para que o dimensionamento de frotas possa comparar as diferentes opções disponíveis.


Para entender melhor os custos de propriedade e operação, vou colocar um gráfico de resultado do dimensionamento abaixo:


Para o exemplo do gráfico acima, o dimensionamento mostrou que o melhor valor presente líquido seria para a frota composta por caminhões de 240 toneladas (Payload) com escavadeira de 200 toneladas (Peso Operacional).


Somente foi possível atingir este resultado de definição de frota, graças a um detalhamento dos custos de propriedade e operação. Por este motivo, o responsável pelo dimensionamento deve desenvolver uma metodologia bem abrangente para definição dos custos.


Uma outra etapa do estudo levou em consideração as produtividades, relação estéril /minério, valor projetado de receita (valor da commodity, etc.). Neste momento vamos nos ater a definição de custos.


Abaixo vamos mostrar de forma bem simples quais são os principais custos envolvidos em frotas de mineração e uma forma bem didática de se obter valores orientativos para que o dimensionamento consiga se basear em custos.


No artigo anterior definimos o valor de aquisição do equipamento. Agora vamos realizar uma matemática básica para definição do seu custo de propriedade:


Esta primeira parte da planilha se refere ao detalhamento do preço de aquisição do equipamento. Esta etapa já foi detalhada em artigo anterior, portanto, não vamos focar novamente nesta etapa.


Agora começamos a detalhar de forma básica alguns detalhes do investimento no equipamento. Precisamos estar atentos a financiamentos, pois as taxas de juros das prestações podem impactar o dimensionamento.


Outros dois pontos de atenção importantes se referem ao valor de revenda e seguro. Conforme informado em artigo anterior, o valor de revenda precisa ser considerado pelo time de dimensionamento, pois nesta etapa já inicia-se a gestão do ativo. No exemplo acima está sendo considerado um percentual sobre o valor de aquisição, mas em alguns casos é possível considerar um valor de venda como sucata.


O seguro é um custo muito relevante. Necessário verificar a estratégia da empresa. Grandes mineradoras geralmente utilizam um seguro global do empreendimento. Geralmente este custo não é contabilizado no equipamento, entretanto, necessário verificar esta informação.


Alguns frotistas e grandes construtoras trabalham com um "Auto-seguro". Em função dos altos valores de prêmio. franquias, etc., estas empresas optam por considerar um valor na planilha de custos para cobrir eventuais sinistros. Este custo deve ser considerado no dimensionamento.


Outra questão importante refere-se ao imposto de renda. este imposto incide tanto na depreciação do equipamento quanto no valor de revenda (nosso exemplo trata esta incidência de forma bem simples).

Fechando o capítulo custos de propriedade, de forma bem simples a planilha retorna com o valor de propriedade considerando o valor de revenda ao final do período (5 anos nesta planilha) e as economias com imposto de renda sobre a depreciação.


Esta é uma análise bem simples e direta com a finalidade de fornecer valores estimados. O gráfico apresentado no início do artigo. em que a decisão de melhor frota se baseou em melhor valor presente líquido, foi mais detalhado, apontando os custos ano a ano.


Da mesma forma a estimativa de horas trabalhadas anuais considera um valor fixo ao longo dos anos. A finalidade é obter um custo de propriedade por hora. Novamente ressalto que para estudos mais detalhados esta análise precisa ser mais abrangente, uma vez que a disponibilidade física do equipamento tende a diminuir ao longo de sua vida útil.


Agora vamos estudar os custos de operação que também devem ser analisados. Novamente vou abordar de forma bem simples para que o dimensionamento tenha informações mínimas e básicas de custos.

Consumo de combustível: A planilha exemplo está em dólares americanos e também não está atualizada. Entretanto, o intuito aqui é demonstrar todas as variáveis envolvidas e uma forma simples de se obter uma estimativa de custos de um equipamento.


Novamente a planilha considera uma valor estimado e médio de consumo por hora de diesel de um caminhão fora de estrada. Para detalhar melhor este consumo, existem softwares de simulação de frotas que apresentam este resultado para cada DMT (distância média de transporte) e consolida por período.


Este é um custo relevante e poderá ter grande impacto no estudo, assim como as disponibilidades físicas consideradas ao longo dos anos. Neste ponto sugiro atenção e se possível maior detalhamento.


Manutenção preventiva: De forma bem objetiva, o consumo e custo de lubrificantes, filtros e mão de obra de lubrificação pode ser quantificada apenas observando o plano de manutenção do manual do equipamento. Embora as manutenções preventivas também fiquem mais caras com o avanço das horas de operação (exemplo: troca de óleo hidráulico com 4.000 horas), ainda assim é possível utilizar a planilha para a obtenção dos custos estimados.


Pneus: Embora estejamos tratando de equipamentos fora de estrada, me arrisco a afirmar que um dos principais custos de qualquer frota esteja relacionado aos pneus. Além de se tratar de um item de alto custo unitário, muitas vezes a gestão de pneus é relegada, o que pode aumentar muito o custo de operação. Situações como calibração incorreta, corte e recauchutagem impactam diretamente neste relevante custo. Portanto atenção para os custos de pneus!


Da mesma forma a gestão de material rodante. No nosso exemplo não foi aplicado pois estamos analisando um caminhão fora de estrada, entretanto, para tratores de esteiras e escavadeiras, este é um custo muito relevante e precisa ser detalhado com atenção.


Reparos: este capítulo foi dividido em custo de peças, custo de reformas e mão de obra da oficina na mina. Embora a análise da planilha estimativa seja bem rasa, com estimativas oriundas de manuais, este é um ponto que requer um grande esforço em estudos mais detalhados ou FEL3.


Normalmente para frotas de mineração existe um ciclo destes custos. Notoriamente no terceiro e quinto ano de vida útil do equipamento os custos são maiores. Necessário atentar também para os custos de treinamento e contratação de especialistas. A grande tecnologia embarcada dos equipamentos atuais requer uma mão de obra cada vez mais especializada e não podemos negligenciar estes custos.


Acima, um gráfico utilizado em um outro estudo que mostra a variação dos custos de manutenção de equipamento fora de estrada ao longo dos anos.


Este é apenas um resumo da importância de detalhar profundamente os custos de propriedade e operação nos estudos de dimensionamento de frotas. Esta etapa de cálculos poderá representar a diferença entre a escolha correta ou equivocada da frota. Uma decisão que resultará em dificuldades para se atingir resultados de produção e custos no médio e longo prazos (entre 5 e 30 anos).

A etapa do estudo também pode sinalizar o nível de detalhamento requerido. |Em estudos conceituais os dados de tabela e manuais podem ser suficientes para ao menos demonstrar o "Class Size" dos equipamentos. Já estudos em FEL3 ou implantação requerem um maior esforço de detalhamento.

 
 
 

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